Fernando Pessoa também tinha uma costela galega, de acordo com o ensaio que o Professor Carlos Quiroga apresentou em Lisboa neste 17 de maio. O investigador debruçou-se durante anos sobre certidões de nascimento, registos do exército, jornais e outros documentos oficiais com o intuito de aprofundar no conhecimento destas origens galaicas do escritor lisboeta, que já eram conhecidas mas não tinham sido estudadas sistematicamente.
A apresentação desenvolveu-se em dois espaços e formatos diferentes. Às 15:30 horas, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Quiroga realizou uma descrição pormenorizada do processo de investigação de cada um dos aspetos que são analisados no livro: a genealogia do escritor, a origem galega dos seus pseudónimos Alberto Caeiro e Álvaro de Campos e a possibilidade da existência de um Caeiro no mundo real. Já na sede da Casa da Galiza, às 19:30h, a apresentação esteve destinada ao público geral e decorreu num tom menos académico.
Em relação à origem desta iniciativa e aos motivos que levaram o autor a realizar este trabalho, Carlos Quiroga afirma que a intenção inicial era escrever um romance sobre as peripécias do antepassado galego mais imediato de Fernando Pessoa. Desistindo dessa ideia, a publicação do estudo irá completar o conhecimento existente sobre a rama mais obscura da árvore genealógica pessoana.