O teatro infantil galego está na moda na cidade de Lisboa. No sábado dia 28 de setembro, o escritor galego Carlos Labraña esteve presente num encontro com atores, encenadores e produtores portugueses na Fábrica Braço de Prata de Lisboa. O encontro, organizado conjuntamente pelo Centro de Estudos Galegos da Universidade Nova de Lisboa, a Asociación de Escritoras e Escritores en Lingua Galega e a Cátedra de Estudos Galegos da Universidade de Lisboa, foi promovido e dirigido pela escritora portuguesa Fausta Cardoso. A lista de convidados completou-se com o ator Vicente Morais; a atriz, manipuladora de marionetas e produtora Ana Enes, da companhia Lua Cheia Teatro para Todos e o editor João Batista, da editora Livros de Ontem.
O encontro, intitulado Da escrita à exibição da obra em Portugal e na Galiza permitiu aos assistentes trocar ideias a respeito do género teatral e conhecer em primeira mão a situação em ambos os países relativamente à receção do público, ao apoio institucional e às estratégias a seguir no futuro. Apesar de o evento estar previsto para uma hora, a conversa manteve-se animada e acabou por se estender até quase duas.
Contudo, a aventura na capital portuguesa não ficou por aí. A viagem foi aproveitada para apresentar a peça O Valo à frente dum público de mais de cem estudantes do 8º ano na segunda-feira, dia 30 de novembro. O próprio Carlos Labraña e o ator Pablo Núñez, integrantes da companhia Os Furabolos, foram convidados pelas professoras Maria Dovigo e Andreia Duarte para subir ao palco da Escola Secundária da Ramada, em Odivelas. A obra, apresentada em galego e praticamente sem adaptações, foi seguida com atenção pelo público em infantil, que explodiu numa salva de palmas no fim, demonstrando o potencial da nossa língua e do teatro para ir além das fronteiras.
O Valo, uma obra que confronta o público com o absurdo e as contradições das fronteiras, é uma peça especialmente apta para o potenciar a consciência crítica nas escolas. Por essa razão, não é a primeira vez que os Furabolos visitam as escolas portuguesas e muito provavelmente não será a última, dado que outros centros manifestaram o seu interesse em acolhê-la. De momento, os estudantes poderão recordar melhor a peça, dado que desde ontem a biblioteca conta com um exemplar da obra.